Chorou até a vontade de chorar secar por completo, deixando no lugar onde estava, bem no meio do peito, um vazio que vagamente incomodava. (Adriana Facão, in ‘A máquina’)

Se pudesse escolher ter o grau de paixão de um fanático, em relação a todas as coisas, escolheria uma paixão mais desmilinguida? (Alexandre Soares Silva, in ‘Já que ninguém fala bem de fanático’, publicado em seu blog em 22/11/2009)

Quando o sol estava se tornando insuportável — porque sempre chega um momento em que até o bom se torna insuportável. (Caio F. Abreu, in ‘O ovo apunhalado’)

o término da nossa relação
foi pra mim um choque térmico
não senti mais teu calor
nunca te vi tão frio
(Martha Medeiros, in ‘Poesia Reunida’)

-Camila?
– Hmmm oi. Tava aqui fazendo as contas.
– Hein?
– As contas. Me perdi nos pontos, sou um verdadeiro lixo em matemática.
– A conta do bar?
– Não, a minha.
– Como assim?
– Eu sou uma máquina de pinball.
– Ah...
Ah?
– Tem que apertar os botões certos na hora certa pra ganhar?
(Clarah Averbuck, in ‘Máquina de Pinball’)

É sofrendo que se aprende.
(Machado de Assis, in ‘Pílades e Orestes’, extraído de “Contos - Uma Antologia, Vol. 2”)

Eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruím, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza!(...)Este mundo é muito misturado.

(Guimarães Rosa, in ‘Grande Sertão Veredas’)

Não vejo heroísmo no coitadismo. (Fabrício Carpinejar, texto publicado em seu blog em 15/06/2010)

A alma enruga antes da pele.

(Millôr Fernandes, in ‘Millôr definitivo- A bíblia do caos’)

"Tenho visto pessoas demais, falado demais, dito mentiras, tenho sido muito gentil. Quem está se divertindo é uma mulher que eu detesto (...)”
(Clarice Lispector - Em carta às irmãs, em janeiro de 47, de Paris)

tenho urgência de tudo
que deixei pra amanhã
(Martha Medeiros, in ‘Poesia Reunida’)

Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
(Chico Buarque, in ‘Desencontro’)

Não estatize meus sentimentos. Para o seu governo, o meu estado é independente. (Renato Russo, in ‘Baader-Meinhof Blues’)

Se analisarmos nossas reações, a vida de solteira é mesmo um parque de diversões. (Fernanda Mello, in ‘Eu odeio parque de diversão!”, publicado em seu blog em 15/08/08)

(Caio F. Abreu, in 'O dia que Júpiter encontrou Saturno')

O caminho é este
tem pedra, tem sol
tem bandido, mocinho
tem você amando
tem você sozinho
é só escolher
ou vai, ou fica.

Fui.

(Martha Medeiros, in ‘Poesia Reunida’)

Todos os homens do mundo têm entre 12 e 18 anos. Todos, todinhos. Os de 18 são os que têm namorada, carro e emprego. (Clarah Averbuck, in ‘Máquina de Pinball’)

Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. (Milan Kundera, in ‘A insustentável leveza do ser’)

Ser bonita não interessa. Seja interessante.
(Nelson Rodrigues, in ‘A mulher interessante’, crônica do livro ‘A cabra vadia’)

FILME: NOME PRÓPRIO

Algumas vezes quebram minhas pernas, chutam minha cara, pisam nos meus dedos. Eu sobrevivo. Tenho sobrevivido. Sou marcada, sim. Mas faço valer cada uma das minhas cicatrizes.

[Trecho final do filme ‘Nome próprio’]


NOME PRÓPRIO

Sinopse: Camila (Leandra Leal) tem a escrita como sua grande paixão. Intensa e corajosa, ela busca criar para si uma existência complexa o suficiente para que possa escrever sobre ela. Ela escreve compulsivamente em um blog, só que isto faz com que também fique isolada.
Direção: Murilo Salles
Drama
Brasil, 2008